23 de dez. de 2017
Priscila Fantin fala de mudanças no corpo: 'Não estava no padrão que queriam'
Desde que estourou na TV em "Malhação", dos 16 para os 17 anos, Priscila Fantin já recebeu vários convites para posar nua. Tímida, recusou todos. Agora, solteira, após o fim do casamento com Renan Abreu, pai do seu único filho, Romeu, de 6 anos, a atriz, de 34 anos, resolveu fazer a alegria dos fãs e causar ao posar como veio ao mundo (e sem retoques!) para projeto do amigo Brunno Rangel.
A foto deu o que falar, e serviu como mote para Priscila mostrar que "todos são iguais" e que "todos tem defeitos". "Não senti que estava posando. A proposta do Brunno é mostrar que todos somos iguais apesar das diferenças, das cicatrizes, das marcas. Por baixo da roupa, todos somos pele. Todos temos defeitos. Somos feitos da mesma matéria. E como isso faz parte da minha filosofia de vida, a foto só reitera o que eu penso", explica a atriz.
O fato é que defeito mesmo não é possível ver na foto de Priscila, que aparenta estar na melhor forma física, apesar de afirmar que não liga nada para isso. "Não me peso há uns dez anos. Meu corpo se molda de acordo com a demanda profissional, ou seja, está sempre se modificando", diz ela, que por conta da profissão já praticou MMA, dança de salão, esgrima, parkour, flamenco, ballet e salto ornamental. "Como me dedico ao máximo à qualquer coisa que me disponha a fazer, meu corpo naturalmente responde".
Apesar dos sacrifícios que fez pela carreira (foram nove novelas, sendo seis como protagonistas), Priscila admite que enfrentou dificuldades ao sofrer com o "efeito sanfona" e decidiu "abdicar do status" de celebridade.
"Eu não estava dentro de um padrão que queriam que eu fosse para me aceitarem como protagonista. Mas eu não sofria com isso. Tinha 16 anos, era tudo consequência da puberdade, e eu respeito meu corpo, meus hormônios, meus defeitos. Tinha outros desafios mais profundos para dar conta naquele momento. Sempre me aceitei como sou. Quem não aceitava eram os outros. E foi também por essa pressão externa que eu resolvi, há mais ou menos dez anos, abdicar do status que me davam de celebridade e passei a nadar contra a maré. O corpo é consequência do nosso interior. Temos que nos ouvir muito para conseguirmos nos equilibrar".
Lutadora em série de TV
A ótima forma e o talento de Priscila também poderão ser vistos fevereiro, na série de cinco capítulos sobre o campeonato de vale-tudo Rio Heroes, que será exibido no canal Fox Premium. Ela vai interpretar a lutadora Pitty.
"Sou a única mulher que topou lutar com eles. Gosto muito do roteiro, da direção, do trabalho dos colegas e da proposta mais nua e crua que senti em todos os setores enquanto fazíamos. A caracterização sem maquiagem de beleza, com machucados inerentes ao treinamento, junto com a fotografia sem tanta preocupação plástica. Tudo mais realidade. Acho que isso tudo diferencia nosso produto e traz mais potência para o que realmente importa", explica a atriz.
Lésbica no teatro
No dia 19 de janeiro, em São Paulo, Priscila entra em cartaz com a peça "Além do que os nossos olhos registram", ao lado de Luíza Tomé e Letícia Birkheuer. Priscila dá vida a uma lésbica que tenta ser aceita pela mãe.
"A peça traz temas importantes a serem debatidos: homossexualismo, racismo, valores sociais, escolhas... no fundo, falamos de amor, tolerância e respeito. Cada um tem seus motivos de agir como age. Eu faço uma personagem dez anos mais nova, filha de uma socialite que vive de aparências (Birkheuer) e neta de uma mulher que sofreu preconceito dentro de casa por gostar de um negro (Tomé). São visões diferentes sobre os mesmos acontecimentos da vida, e essa discussão, em tempo real, que o público acompanha, elucida os sentimentos de cada uma. Meu conflito é ser aceita lésbica por uma mãe que quer me casar com um homem por interesse político. O público ri bastante, pois temos algumas falas que caberiam na boca de qualquer pessoa que você conhece, mas também se emociona quando percebe que o amor deveria falar mais alto que que o preconceito. A peça tem feito as pessoas refletirem e, para mim, é esse o lugar do teatro numa sociedade. Um papel muito importante de transformar emoções, discutir conceitos já estabelecidos (preconceitos), denunciar os rumos da humanidade e gerar discussões construtivas".
Fonte:^EXTRA
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