21 de fev. de 2018

Priscila Fantin fala sobre peça que discute preconceito racial e homofobia


Três mulheres, diferentes gerações e seus conflitos. Como é a relação e o amor que une uma avó, mãe e neta? No palco do Teatro J. Safra, as atrizes Luiza Tomé, Priscila Fantin e Leticia Birkheuer interpretam a relação entre as mulheres de uma mesma família no espetáculo 'Além do que nossos olhos registram'.
A montagem, em cartaz desde janeiro, expõe, de maneira bastante emocional, tudo o que gira em torno do universo feminino. Na história, são debatidos desde assuntos corriqueiros sobre a vida sexual da mulher, até as agonias e alegrias vividas pelo sexo feminino na contemporaneidade.
Luiza Tomé é Delfina, uma mulher independente e agitada, que sempre teve a cabeça livre de preconceitos. Ela luta pelos direitos das minorias e se identifica com os marginalizados. A outra personagem é Violeta, interpretada por Letícia Birkheuer, uma mulher elegante e ardilosa, que vive um casamento de fachada uma vida confortável.

Em ‘Além do que nossos olhos registram’, Priscila Fantin atua como Sofia, que vive uma relação conflituosa com os pais e encontra na avó o apoio não teve na relação com a mãe.
Na elaboração da montagem, o autor Fernando Duarte procurou realizar cerca de 20 entrevistas com mulheres de diferentes classes sociais, para formar as três protagonistas com personalidades extremamente diferentes. Em entrevista para o Globo Teatro, a atriz Priscila Fantin falou sobre o texto, as personagens e outros temas:
Globo Teatro: Estamos numa época em que falamos muito de feminismo e sororidade. Você acredita que podemos usar esse espetáculo como base para discutirmos ainda mais esses temas?
Priscila Fantin: Acho que sim, se focarmos na redenção da mãe (Letícia Birkheuer) em favor da filha, num último momento. Mas os temas que mais se destacam durante toda a peça são o preconceito racial e a homofobia.
G. T.: Na elaboração do texto de Fernando Duarte, mais de vinte mulheres de diferentes classes sociais foram entrevistas. Como foi pra você a construção dessas três personagens?
P.F.: Como são relatos de histórias reais costuradas, muitas coisas nós já vimos, ouvimos ou experimentamos. No meu caso, sempre convivi com amigos homossexuais e sabia dos seus conflitos, dores e dificuldades. A peça fala do funcionamento do ser humano enquanto indivíduo que absorve um universo parcial, através das suas convivências. A grande lição é entender que todos somos diferentes e temos motivos para agir de forma diferente, portanto, não cabe julgamento.
G. T.: Quais as principais diferenças da personagem Sofia para a Violeta e a Delfina?
P.F.: Sofia foi criada dentro de padrões estabelecidos pelos pais que vivem de aparência, mas tem dentro dela a certeza de um amor. Violeta sofreu com a pobreza quando criança e desvirtuou seus valores para ter uma boa vida, abdicou do amor. Delfina era à frente de seu tempo e lutou contra a família em nome do amor, não importando as dificuldades que passaria.
G.T.: Recentemente, você enfrentou alguns problemas de saúde. Como foi a recuperação e essa volta aos palcos depois da estreia da peça em Porto Alegre?
P.F.: A estreia em Porto Alegre foi o auge da crise de coluna (por conta de duas hérnias), que começou nas últimas semanas de ensaio em outubro. Depois dali, foi que consegui fazer o repouso necessário para diminuir a inflamação e poder iniciar o processo de recuperação. Agora em janeiro, aconteceu o fortalecimento.
G.T.: O que o público pode esperar de ‘Além do que os nossos olhos registram?’
P.F.: Identificação com as personagens ou com seus pontos de vista, frases clichês sobre preconceito, o que diverte muito, e emoção com os ensinamentos da vida retratados ali.

FONTE: GLOBO.COM

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